Armagedon
Sob o guarda-chuva xadrez
vermelho-marrom,
sigo pelas calçadas escaldantes,
rachadas,
mormacentas,
cheirando a asfalto.
Um pixe derretido sobe pelas
narinas
e esse calor indecifrável queima
minhas pernas,
sobe pelas minhas coxas
debaixo do vestido,
e me umedece de suor que arde entre
as pernas.
O guarda-chuva serve para reter o
sol irritante,
são 32 graus
e a sensação térmica da cidade,
toda cimentada, esfumaçada de
gasolina,
sobe a 40 graus...
Lá vou eu em busca de abastecer a
geladeira,
pensar na ceia de ano novo,
como fosse uma obrigação de todo
ser humano.
Parece armagedon.
Vou buscar o significado dessa
palavra
que me pareceu adequada ao dia 31
o último do ano deste 2014...
(Ada 31/12/2014)
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