Uma cigarra canta ao longe
Posso ouvir daqui
São duas, três
num ritual de acasalamento.
Concorre com elas o serralheiro
Da rua de baixo
São gritos estridentes
Incrivelmente semelhantes
Elas gritam longamente
ele mais forte e valente.
A competição se acirra
A competição se acirra
ela trepida as costas
Ele corta o ferro
Num dueto.
Num duelo.
Num repente.
Às vezes juntos
Intermitentes.
Confundem-se
Num duelo.
Num repente.
Às vezes juntos
Intermitentes.
Confundem-se
A guerra está declarada
A cigarra canta livre o amor
Enquanto o homem
Responde a ferro e fogo
Fabricando grades
Prisioneiro de suas propriedades.
(Ada, 20/11/2009)
Enquanto o homem
Responde a ferro e fogo
Fabricando grades
Prisioneiro de suas propriedades.
(Ada, 20/11/2009)
3 comentários:
Esses sons da cidade grande, mistura de urbano e natureza são fascinantes, mesmo os estridentes como esses. Mas o silêncio também me fascina. Uma cidade deserta aos domingos ou a noite me enche de mistérios o olhar.
Elenara, o bom é que eles ciclicamente voltam a nos fascinar...
Sons, toques, canções
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