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4 de set. de 2014
24 de set. de 2013
Frida Kahlo por ela e outros
Frida Kahlo, por ela mesma e por outros artistas, entre eles:
Tascha Parkinson (http://www.taschaparkinson.com/)
Lulu Mypinkturtle (http://mypinkturtle.blogspot.com.br/)
Pristine Turkus (http://pristineturkus.blogspot.com.br/)
Jill (http://www.thats-my-cat.blogspot.com.br/)
Tascha Parkinson (http://www.taschaparkinson.com/)
Lulu Mypinkturtle (http://mypinkturtle.blogspot.com.br/)
Pristine Turkus (http://pristineturkus.blogspot.com.br/)
Jill (http://www.thats-my-cat.blogspot.com.br/)
1 de fev. de 2013
O Gato de Jacopo Bassano
O Gato de Jacopo Bassano
* Conto de José Jorge Letria, em "Amados Gatos"
CRISTO, sempre atento aos vícios e outros excessos terrenos, surpreendeu uma noite o pintor Jacopo Bassano enquanto retocava uma tela, e disse-lhe com uma voz cuja doçura não excluía o leve ferrete da reprovação:
- Apesar da minha bíblica humildade, devo dizer-te que me incomoda o facto de, nos teus quadros, rivalizar com minha presença divina a imagem do teu gato.
Não esperando tal reparo e muito menos tão transcendente e inusitada visita, Jacopo Bassano tentou encontrar as palavras certas para responder aquele que tanto venerava e a quem já várias vezes encomendara a sua alma pecadora. Ele sabia que só a protecção divina o tornara quase tão importante e requisitado como Tintoretto e Veronese, grandes entre os maiores pintores do seu tempo e, como ele, amantes dos domésticos felinos.
Menegheto, o companheiro da sua solidão habitada por tintas e imagens sacras, já partilhava o conforto da sua morada ia para dezasseis anos. Quantos anos viveria ainda? Acarinhado e bem alimentado, sem ter que caçar ratos junto das águas fétidas dos canais, poderia durar ainda mais dois ou três anos.
Jacopo Bassano hesitara, inicialmente, antes de o transformar em discreta personagem das suas telas meticulosamente imaginadas e pintadas. Depois pensara: "Que mal pode haver na presença do meu gato nos quadros que pinto, se essa presença é discreta e não ofusca nenhuma outra?". Foi assim que Menegheto passou a ter lugar cativo na sua obra, representando uma liberdade e uma soberania que nunca caracterizaram, por exemplo, o cão que também pintou dormindo tranquilo debaixo de uma mesa da sua casa.
Agora, a presença física do filho de Deus deixava-o estupefacto e, sobretudo, seriamente embaraçado.
- Senhor, nunca me atrevi a imaginar que a presença do meu gato nas telas, jamais as de terra sacro, pudesse incomodar-vos - disse o pintor.
- Mas a verdade é que incomoda - respondeu Cristo, sempre num tom complacente e suave -, pois não devem misturar-se na tua pintura, que tem um inegável sopro divino, o mundo celeste e o mundo terreno, com a sua pequenez e irremediável finitude.
Sem que disso te dês conta, introduzindo com tanta frequência o teu gato nos quadros que pintas e nos seus enredos, acabas por te transformar mais num pintor de felinos do que num pintor de anjos e de outras figuras imortais e intemporais.
- Mas que hei-de eu fazer, Senhor?
- Porque não guardas a presença, por certo graciosa e bem intencionada, do teu gato para um quadro em que representes o eternamente generoso e humilde São Francisco de Assis, já que esse tinha a virtude rara de conseguir falar com os bichos, com as árvores e com as águas dos rios? Por certo havias de cair nas suas franciscanas graças.
- Assim farei, Senhor, logo que para tal me surjam inspiração e ensejo.
Ainda Jacopo Bassano não concluirá a sua lacónica resposta, já Cristo se volatilizara, deixando-o a bravos com um dilema: havia de manter Menegheto nos seus quadros ou havia de o reduzir a insignificância de uma discreta presença física nos seus aposentos, afastando-o, desse modo, do patamar da posteridade?
Nesse instante, Menegheto roçou-se pelas pernas do dono e disse-lhe:
- Meu amo, há mais de um ano que não pintas uma tela em que eu esteja presente. Será que a minha velhice me aniquilou a teus olhos como modelo?
Bassano benzeu-se e ajoelhou-se para rezar, pois estivera sujeito a duas emoções demasiado intensas num só dia. Primeiro, recebera a visita do filho de Deus, e depois ouvira, pela primeira vez, o seu amado gato Menegheto a dirigir-lhe a palavra como se de um ser humano se tratasse. Estaria, porventura, a enlouquecer?
Num fugaz exercício de memória recordou todas as vezes que havia retratado Menegheto e constatou que sempre o fizera exibindo a sua estranheza inquieta e a sua rebeldia em relação ao mundo circundante. Mas essa rebeldia e essa estranheza seriam as do seu gato ou aquelas que a si mesmo teimava em atribuir, reagindo, desse modo, ao incómodo causado por certas encomendas artísticas que não podia recusar-se a concretizar, sendo como era profissional estimado e respeitado por nobres e por plebeus?
Passados seis meses, Menegheto adoeceu gravemente e morreu ao fim de poucos dias. Jacopo Bassano chorou a sua morte como se chorasse a de uma mulher amada. Quando o enterrou nas traseiras da sua casa, num dia chuvoso e de ar abafado, rezou por ele e encomendou a sua alma a Cristo, porque se recusava a duvidar de que Menegheto tivesse uma alma como a sua. E fora essa alma de gato, fugidia e insubmissa, que o ajudara a ser o pintor em que se tornara e que estava agora, também, no termo da vida, com Cristo e os anjos a velarem por ele." José Jorge Letria
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A Última Ceia - Data de cerca de 1546 - óleo sobre tela Dimensões 168 × 270 cm (66,1 x 106,3 in) de Jacopo Bassano |
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A Ceia em Emaús , óleo sobre tela de Jacopo Bassano (Jacopo dal Ponte), c. 1538, Kimbell Art Museum, Fort Worth, Texas 1538.
Jacopo Bassano (1510 - 1592),
também conhecido como Jacopo dal Ponte,
foi um pintor italiano que nasceu e morreu
em Bassano del Grappa perto de Veneza
de que ele adotou o nome.
Seu gato se chamava Menegheto
e aparecia discretamente em suas telas,
às vezes, junto com outros animais.
_______________________________________________
* José Jorge Letria Jornalista, e escritor. Nasceu em Caiscais, Portugal em 1951. È antiga e profunda a paixão do autor pelos gatos e pelo seu singular universo de liberdade e soberania. Letria vive com seus nove gatos. Escreveu Amados Gatos que é um conjunto de textos que tem como ponto de partida os gatos de figuras famosas da literatura, das artes e da política, de Richelieu a Lenine, de Hemingway a Anne Frank, pasando por Churchill, Marilym Monroe, Paulo Klee ou Zola, entre outros. Construidos com base em fatos e figuras reais, estes contos reinventam a vida de gatos famosos e de seus ilustres donos, assumindo-se como homenagem a estes felinos que o homem nunca conseguiu domesticar. + Amados Gatos |
6 de mai. de 2012
Meu gato sumiu
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"Smurf" Foto arte, Ada |
Smurf tinha alguns amigos que vinham miar-lhe convites pelos telhados vizinhos e então, sem cerimônias, saía a passear na conversa miada deles com aqueles passos leves de pisar em ovos. Tinha um horário quase que marcado para esse convescote. Smurf subia pela escadinha, feita para isso mesmo, e escalava os muros internos do quintal até atingir o mais alto, acesso à liberdade dos telhados do Mundo.
Isso é nada difícil para quem tem habilidade felina, basta ter frestas e brechas onde apoiar as patas e fica simples assim. Os passeios eram curtos, gato castrado tem um território menor a explorar. E depois, basta caçar alguma lagartixa, rolar no pó das telhas, aquecer ao sol, visitar alguma casa e pronto, o passeio de pouco tempo é muito.
Só que um dia, Smurf não voltou. Sua dona aguardou uma noite, um dia, outra noite, outro dia, e chorosa na madrugada, ouvia miados a quilômetros de distância, aquele miado miragem de mãe aflita que distingue o choro de seu filho em pensamentos, porque mãe aflita tem um grande ouvido dentro do coração.
A providência foi bater de porta em porta, vizinho por vizinho, em todos os quarteirões do quadrilátero, com uma foto do siamês de olho azul na mão. Não desprezou nenhuma casa, porque gato se enfia na casa dos outros para xeretar. Basta tratá-lo a pão-de-ló que ele adota a gente, deita em seu sofá e aceita seu cafuné de rabo em pé. Outra providência, foi pregar cartazes com foto e telefone em todos os postes e comércios da redondeza.
Depois de sete dias, já sem esperança alguma, um vizinho sabendo da história que se espalhou, veio à porta dizendo ouvir um miado no fundo de seu quintal. Só que esse quintal tem um muro muitíssimo alto e o salto habilidoso de Smurf, por mais que tentasse, não alcançava. Era um quintal não frequentado por seu morador, cheio de árvores e mato. Um quintal sem saída...
Smurf não conseguia voltar para casa, mesmo que sonhasse com isso. A fome e a sede aumentavam e o medo também, imagino saber o que sente um gato de estimação acostumado a almofada, cafunés e ração. Deve ter comido insetos e outros bichos para sobreviver, porque gatos não podem ficar sem alimento por mais de 48 horas, desenvolvem uma forma potencialmente fatal do mau funcionamento do fígado conhecida como lipidose hepática.
Quintal assim, sempre tem algum por aí. E mais que isso, sempre tem uma cerca elétrica em algum muro, sempre tem um arame farpado, ou cacos de vidro, sempre tem um vizinho que odeia gatos e ama gaiola com passarinhos presos, sempre tem quintal com um cão feroz, sempre tem a crueldade com diversas faces à espreita e sempre tem o “chumbinho”... Sua dona teve que pedir ajuda para resgatá-lo com uma escada e de volta à casa, magro, sujo e triste comeu e dormiu feito um flagelado de guerra.
A providência final nesse episódio foi colocar telas nas saídas para os telhados e encontrar paciência para tolerar seus protestos, mais que miados, contundentes e revoltados, somados aos dos amigos, até que a revolta fosse superada e a liberdade restrita ao quintal protegido fosse aceita.
Lugar de gato é em casa! Porque a cidade reserva muitas armadilhas para eles... e afinal existe um ditado popular que diz: "a curiosidade matou o gato".
***
Essa história é verdadeira e aconteceu com minha amiga Elaine e seu gatinho Smurf.
27 de jul. de 2011
Candido Portinari: Denise Portinari e seu gatinho
O quadro Denise com gatinho não poderia deixar de ser postado. Vai pro meu acervo de Amantes de Gatos e Gatos e Artistas do Blog.
Denise Portinari, foi inspiração para diversas telas de seu famoso avô pintor, sempre cheia de carinhos com seus animaizinhos.
+ Candido Portinari
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Denise Portinari e seu gato |
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Denise Portinari e seu pássaro |
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Denise Portinari e seu cão |
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Denise Portinari e seu vovô na praia do Leme RJ (1961) |
25 de jul. de 2011
Ferreira Gullar: "O gato curioso"
O Gato Curioso
(Ferreira Gullar, Um gato chamado Gatinho, 2000. Ilustrações de Angela Lago)
Era uma vez era uma vez
uma gato siamês.
Por ser muito engraçadinho,
é chamado de Gatinho.
Além de ser carinhoso,
ele é muito curioso.
Nada se pode fazer
que ele não deseje ver.
Se alguém mexe na estante,
está lá no mesmo instante.
Se vão consertar a pia,
está ele lá de vigia.
E o resultado é que quando
viu seu dono consertando
a tomada da parede,
meteu-se, com tanta sede,
a cheirar tudo que - nhoque!
levou um baita choque!
E pensa que ele aprendeu?
Mais fácil aprendia eu!
Mantém-se o mesmo abelhudo
que quer dar conta de tudo.
+ Ferreira Gullar
11 de jul. de 2011
7 de jul. de 2011
Vicki Myron imortalizou o gato Dewey
Devorei esse livro!
Na orelha vem: "A cidade de Iowa, chamada Spencer, vive o legado da crise agrícola de 1980 que abalou os EUA. "Quando os tempos estão difíceis, ou se juntam as forças ou se desmorona. Isso vale para familias, cidades e pessoas. No final dos anos 80 Spencer mais uma vez juntou suas forças." Foi em 1987 que Dewey apareceu na Biblioteca. E o decorrer disso é que as pessoas frequentavam e saiam mais felizes de lá. Liam mais. As pessoas conversavam a respeito pela rua: " Eu estava lá na Biblioteca". "Dewey estava lá?". "Claro!". "Ele sentou em seu colo?". "Na verdade fui pegar um livro e o deixei cair no meu dedão". "E o que Dwewy fez?. "Ele riu".
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A capa do livro |
Há tempos fiz uma postagem aqui no Blog sobre o livro mais que gostosinho “Dewey, um gato entre livros”, e que estava naquela leva das 100 postagens excluídas (sem querer por mim) do blog. O livro continua sendo recomendado. Sua dona, a escritora Vicki Myron, vem confirmar que gatos e livros têm uma íntima relação. Parafraseando: “Por trás de um grande escritor, artista e poeta, sempre há um grande gato!”
Vicki Myron nasceu em Spencer e cresceu em uma fazenda em Iowa, numa cidade que não existe mais. Vicki se mudou para Minnesota, onde trabalhou, casou, teve uma filha e foi para a faculdade. Vicki fez bacharel e mestrado. Em 1982, ela foi para Spencer para trabalhar na biblioteca pública. Em 1987, Vicki foi nomeada Diretora da Biblioteca Pública de Spencer e lá ficou por 25 anos e meio. Vicki se aposentou em 2007 e escreveu este livro [a pedido de muita gente] sobre o gato laranja que ficou famoso. Vicki reside ainda em Spencer.
O livro é uma história verdadeira que começa com um gatinho abandonado e que passou a viver uma vida extraordinária dentro de uma biblioteca, inspirando uma mãe solteira, transformando uma biblioteca esquecida e os habitantes de sua cidade que vivia numa quebradeira econômica e que capturou o coração dos amantes de animais ao redor do mundo.
Vicki Myron era uma mãe, separada, que depois de sobreviver à perda da fazenda da família e a um marido abusivo, voltou para a escola e tornou-se uma bibliotecária. Como diretora da Biblioteca Pública de Spencer seu maior desafio foi elevar o espírito dos moradores conclamando-os à leitura, já que a cidade estava profundamente atolada na crise agrícola da década de 1980. E a solução para salvar a cidade veio do mais improvável dos lugares, foi quando Vicki encontrou um pequeno e sujo gatinho, quase morto, congelado devido ao tenebroso inverno e que fora abandonado na caixa suspensa da Biblioteca, aquelas em que se devolve os livros emprestados. Reconhecendo a extraordinária força e singularidade deste gatinho, Vicki recebeu aprovação do conselho da biblioteca para adotá-lo como o gato da biblioteca Spencer. Nela residiu por 19 anos, até morrer.
Sua fama cresceu, as pessoas viajavam centenas de quilômetros para conhecer Dewey, que acabou sendo o assunto de um documentário no Japão! Por tudo isso, Dewey permaneceu um companheiro leal, um farol de esperança não apenas para Vicki Myron, mas para toda a cidade de Spencer, uma vez que retirou lentamente as pessoas da tristeza na pior crise financeira dos EUA.
Sabe-se que os gatos é que escolhem seus donos e em quem confiar. Dewey deitava-se no colo das pessoas mais precisadas e distribuía carinho. Ele escolhia as pessoas, e elas viam nele um conforto, uma alegria.
Quando Dewey morreu em 2006, aos 19 anos de idade, seu obituário apareceu em mais de 250 jornais, incluindo o New York Times, e foi anunciado no noticiário nacional de televisão à noite. Ele ganhou uma estátua de bronze.
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Dewey imortalizado em bronze |
Na verdade, o Gato Dewey criou a escritora de sua história. Inspirou Vicki nos 19 anos em que viveram entre os livros.
Conheça a Biblioteca de Spencer: http://www.spencerlibrary.com/dewey.shtml
Veja vídeos e muito mais no site:
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Um gato sobre livros: Dewey na Biblioteca de Spencer, EUA |
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Vicki e Dewey |
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Vicki e Dewey |
2 de jul. de 2011
Escritores e seus Gatos & Gatos e seus Escritores
Encontrei um sitio interessante que traz uma lista boa de escritores e seus gatos. Você terá surpresa ao conferir a lista que não é pequena, mas bem incompleta com certeza! Legal é que o site pede colaboração para seu arquivo. Logo me empolguei. Penso em enviar o Ferreira Gullar e o Guimarães Rosa, Nise da Silveira e mais o português José Jorge Letria. Há muitos outros..
Mas o 1° que enviei foi o escritor Samuel Sergio Salinas, amigo pessoal que adotou uma gatinha por mim resgatada da rua e a batizou Nikita. Ela é sua companheira inseparável de biblioteca. Vive como ele, entre livros. Ele me contou que Nikita é tão companheira que acompanha-o pela rua, caminhando ao seu lado pelas calçadas tranquilas do bairro onde mora. Lembrei-me da história de "Dewey, um gato entre livros" de Vicki Myron. O laço de amizade entre Nikita e Salinas precisa ser registrado. Então aqui venho com uma homenagem ao meu amigo escritor mostrar a mensagem que enviei ao site:
Para incluir no site "Escritores e Gatos"
To include the site "Writers and Cats"
Prezados Senhores, envio uma contribuição para o site e espero seja publicado:
Dear Sirs, I send a contribution to the site and hope to be published:
http://writersandkitties.tumblr.com/
Escritores do Brasil: Samuel Sergio Salinas e a gatinha frajola Nikita
Writers from Brazil: Samuel Sergio Salinas and Sylvester the cat Nikita
A foto foi tirada exatamente há 2 anos, dia 2 de julho de 2009.
The photo was taken exactly two years ago, July 2, 2009.
Samuel Sergio Salinas. Escritor brasileiro, nasceu em 1932, advogado formado pela USP - Universidade de São Paulo, sociólogo formado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, ex-docente da Unicamp - Universidade de Campinas e Procurador da Justiça aposentado, associado-fundador do Ministério Público Democrático. É autor dos livros "O bando dos quatros:a industrialização no sudeste da Asia"; "Antes da Tormenta: origens da 2ª guerra mundial 1918-1939"; "México: dos astecas à independência"; "A America e o Capital"; "Do feudalismo ao capitalismo: transições"; "Islã, esse desconhecido".
Samuel Sergio Salinas. Brazilian writer, was born in 1932, educated lawyer USP -University of São Paulo, a sociologist graduated from the Faculty of Philosophy,Sciences and Letters of Rio Claro, former professor at UNICAMP - University ofCampinas Justice and Attorney retired founder of the associated Democraticprosecutor. Is the author of "The Gang of Four: industrialization in Southeast Asia," "Before the Storm: the origins of World War 2 1918-1939", "Mexico: the Aztecs to independence," "America and The Capital"; " From feudalism to capitalism, transitions, "" Islam, this unknown ".
Obrigada
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Samuel e Nikita no dia em que se conheceram |
Para incluir no site "Escritores e Gatos"
To include the site "Writers and Cats"
Prezados Senhores, envio uma contribuição para o site e espero seja publicado:
Dear Sirs, I send a contribution to the site and hope to be published:
http://writersandkitties.tumblr.com/
Escritores do Brasil: Samuel Sergio Salinas e a gatinha frajola Nikita
Writers from Brazil: Samuel Sergio Salinas and Sylvester the cat Nikita
The photo was taken exactly two years ago, July 2, 2009.
Samuel Sergio Salinas. Escritor brasileiro, nasceu em 1932, advogado formado pela USP - Universidade de São Paulo, sociólogo formado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, ex-docente da Unicamp - Universidade de Campinas e Procurador da Justiça aposentado, associado-fundador do Ministério Público Democrático. É autor dos livros "O bando dos quatros:a industrialização no sudeste da Asia"; "Antes da Tormenta: origens da 2ª guerra mundial 1918-1939"; "México: dos astecas à independência"; "A America e o Capital"; "Do feudalismo ao capitalismo: transições"; "Islã, esse desconhecido".
Samuel Sergio Salinas.
Obrigada
Thanks
Agora é só conferir se aceitaram a minha importante indicação!
http://writersandkitties.tumblr.com/
Agora é só conferir se aceitaram a minha importante indicação!
http://writersandkitties.tumblr.com/
27 de jun. de 2011
Alexandre O´Neill, o gato e o adeus
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Cat on a roof 1978 Fernando Botero |
* Conto de José Jorge Letria, em "Amados Gatos"
O GATO, vendo o poeta de ombro apoiado na ombreira a observar a feira cabisbaixa em seu redor, acercou-se dele e perguntou-lhe, no murmúrio ronronado que costuma servir de preâmbulo às grandes questões metafísicas:
- Servos ou donos?
O poeta, por achar a pergunta demasiado enigmática, contornou a resposta afagando-lhe o dorso e dizendo:
- Deves estar cheio de fome, o teu mal é fome, e eu não tenho forma de remediar esse problema, porque não sou rato, nem peixe, nem pássaro estonteado pela luz. Eu sou apenas um pobre poeta de ombro na ombreira.
Mas o gato, apurando o gutural e afectuoso ronrom, insistiu:
- Sei bem ao que venho, sim, porque eu nunca me esqueço dos versos que me são dedicados. Eu bem me lembro das tuas palavras, Alexandre: Que fazes por aqui, ó gato? / Que ambiguidade vens explorar? Quem sou eu, meu caro Alexandre, para te deixar sem resposta, logo a ti, meu poeta de Lisboa, de coração amarfanhado pela tenaz da mais irónica ternura?
- Tantas vezes te deixei utilizar esta mão — disse — que cheguei a acreditar que, quando escrevesse um poema sobre ti, serias tu mesmo a escrevê-lo, de forma mediúnica, usando o movimento pausado da minha mão sobre o papel.
O gato, esse mesmo, o do poema, roçou a cabeça pelas pernas do poeta, impregnando-se com o seu cheiro, com o perfume das suas palavras exactas e limpas, e depois aventurou-se num breve monologo de bicho filosofante. Assim:
- É como te digo, Alexandre, tu e eu temos em comum este vício felino de sermos livres, nas palavras, nos gestos, nos silêncios. Um dia, tu partes e eu fico para aqui abandonado a miar à lua, como se perguntasse por ti. Um dia, eu parto e tu ficas sem gato a quem possas dedicar o poema, órfão de gato, nostálgico da sua arqueada liberdade arrastada sobre os telhados como uma confissão de nocturnos cios.
O poeta, emocionado com a enleante sabedoria do gato, esse mesmo, o do poema, só conseguiu perguntar-lhe:
- Afinal, vamos lá a saber, o poeta és tu ou sou eu?
Ao que o gato respondeu:
- Somos os dois, Alexandre, somos os dois, cada um à sua maneira. Tu no que escreves e eu no que não escrevo mas vivo. Temos este destino comum a ligar-nos como uma ponte, como uma centelha de luz, como um arame a juntar as duas extremidades da lua nova.
Alexandre, o poeta, só encontrou uma forma de lhe responder:
- Há miar e miar, há ir e voltar.
Ainda a frase não se deixara concluir e já o gato se empoleirara sobre o parapeito de uma janela, muito perto da ombreira da porta, posto de observação do poeta para ver a feira a ficar cada vez mais cabisbaixa, por falta de esperança para erguer de vez a cabeça em direcção ao sol.
Do gato nunca mais o poeta teve noticias, nem em prosa nem em verso, e quando, num sisudo dia 21 de Abril, o coração do poeta, como um gato triste e cansado, se recusou a levar por diante a faina de estar vivo, houve quem avistasse um velho gatarrão sobre o parapeito da janela do hospital, murmurando com a sapiência do seu estilo ronronado:
- Há miar e miar, e tu, Alexandre, hás-de voltar, porque um gato sem o seu poeta de estimação fica prometido à morte como um pardal à inclemência do relâmpago.
E quando alguém, aproximando-se dele, quis saber "o que fazes por aqui, ó gato?", o bichano, arqueando-se para o derradeiro salto na direcção da lua, respondeu apenas:
- Perguntem ao Alexandre, ao O'Neill, que só ele sabe. Os poetas é que sabem. É dos livros.
***
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* José Jorge Letria
Jornalista, e escritor. Nasceu em Caiscais, Portugal em 1951. È antiga e profunda a paixão do autor pelos gatos e pelo seu singular universo de liberdade e soberania. Letria vive com seus nove gatos. Escreveu Amados Gatos que é um conjunto de textos que tem como ponto de partida os gatos de figuras famosas da literatura, das artes e da política, de Richelieu a Lenine, de Hemingway a Anne Frank, pasando por Churchill, Marilym Monroe, Paulo Klee ou Zola, entre outros. Construidos com base em fatos e figuras reais, estes contos reinventam a vida de gatos famosos e de seus ilustres donos, assumindo-se como homenagem a estes felinos que o homem nunca conseguiu domesticar.Postagens para Alexandre O´Neill
20 de jun. de 2011
9 de jun. de 2011
Alexandre O´Neill
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Quem é Alexandre O'Neill |
Ele também gostava de gatos. Há alguns poemas e crônicas dele, publicadas por aqui.
É da sua autoria o lema publicitário: “Há mar e mar, há ir e voltar” que tratava dos cuidados que as pessoas têm que ter com a praia. É que precisava sobreviver, e só com sua poesia não era possível, portanto trabalhava em marketing.
Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE (Uma Scotland Yard portuguesa).
Acho que era bem humorado e satírico, pela sua biografia e bibliografia, posso concluir..
Surrealista!
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill. Nasceu em Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 e morreu em Lisboa, 21 de Agosto de 1986 com 62 anos.
Descendente de irlandeses, autodidata, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens “A Ampola Miraculosa”, (1949) constituída por 15 imagens sem qualquer ligação e respectivas legendas, sem que entre imagem e legenda se estabelecesse um nexo lógico, o que torna altamente irônico o subtítulo da obra “Romance”.
As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua ação à publicidade.
A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda (surrealismo e experiências próximas do concretismo) — que se manifesta no caráter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real.
Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heróico criada pelo neo-realismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista, no entanto, sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor.
Temas como a solidão, o amor, o sonho, a passagem do tempo ou a morte, conduzem ao medo: “O Poema Pouco Original do Medo”, com a sua figuração simbólica do rato ou à revolta de que o homem só poderá libertar-se através do humor, muitas vezes manifestado numa linguagem que parodia discursos estereotipados, como os discursos oficiais ou publicitários, ou que reflete a própria organização social, pela integração nela operada do calão, da gíria, de lugares-comuns pequeno-burgueses, de onomatopéias ou de neologismos inventados pelo autor.
Alexandre O'Neill escreveu:
Tempo de Fantasmas (1951),
No Reino da Dinamarca (1958),
Abandono Vigiado (1960),
Poemas com Endereço (1962),
Feira Cabisbaixa (1965),
De Ombro na Ombreira (1969),
Entre a Cortina e a Vidraça (1972),
A Saca de Orelhas (1979),
As Horas Já de Números Vestidas (1981),
Dezenove Poemas (1983) e
O Princípio da Utopia (1986).
Poesias Completas, 1951-1983 (1984).
Tomai Lá do O'Neill (1986)
As Andorinhas não Têm Restaurante (1970)
Uma Coisa em Forma de Assim (1980, volume de crônicas)
Gravou o disco: Alexandre O'Neill Diz Poemas de Sua Autoria.
Em 1966, foi traduzido e publicado na Itália, pela editora Einaudi, um volume da sua poesia, Portogallo Mio Rimorso.
Recebeu, em 1982, o Prémio da Associação de Críticos Literários.
7 de jun. de 2011
Alexandre O´Neill: Não se pode morar nos olhos de um gato
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Minha gata Cindi |
Não se pode morar nos olhos de um gato
Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato
Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato
Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato
Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Alexande O'Neill
6 de jun. de 2011
Alexande O´Neill: Gato
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Gatos: William Henry Trood |
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que Deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
Alexande O´Neill
29 de mai. de 2011
Gatos antropomórficos de Susan Herbert
Nas andanças pelo mundo dos gatos e gateiros, descobri há tempos, Susan Herbert. A artista (nascida em 1945) desenha personagens das obras de artes famosas, todas com cara de gatos. São os gatos antropomórficos de Susan Herbert. Na galeria Chris Bettles na Inglaterra você poderá conferir todos os seus quadros. Esta galeria sempre traz outras exposições de diversos artistas que desenham gatos. É de se fartar! Fiquem com alguns exemplares da coleção de Susan:
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