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17 de mai. de 2011

Humorista Rafinha Bastos insulta as mulheres


Só tenho a lamentar...

"A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República do Brasil (SPM) vem a público manifestar sua indignação pela maneira como o “humorista” Rafinha Bastos, da TV Bandeirantes, faz piadas com os temas estupro, aborto, doenças e deficiência física. 

Segundo a edição desse mês da Revista Rolling Stone, durante seus shows de stand up, em São Paulo, ele insulta as mulheres ao contar anedotas sobre violência contra as mulheres.

“Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço”. 

Isso não é humor, é agressão gratuita, sem graça, dita como piada. É lamentável que uma pessoa - considerada pelo jornal The New York Times como a mais influente do mundo no twitter -, expresse posições tão irresponsáveis e preconceituosas. Estupro é crime hediondo e não requer, em nenhuma hipótese, abordagem jocosa e banalizada.

Vale lembrar que qualquer mulher forçada a atos sexuais, por meio de violência física ou ameaça, tem seus direitos violados. Não há diferenciação entre as vítimas e, tampouco, a gravidade e os danos deste crime diminuem de acordo com quaisquer circunstâncias da agressão. Assim, a SPM condena a banalização de tais preconceitos e, como organismo que visa, sobretudo, enfrentar a desigualdade para promover a igualdade entre os gêneros, a Secretaria repudia esse tipo de “humor” e qualquer forma de violação dos direitos das mulheres. Humor inteligente e transgressor não se faz com insultos e nem preconceitos. A sociedade não quer voltar à era da intolerância e, sim, dar um passo adiante."

15 de fev. de 2011

A música “Bola Dividida” admite a violência contra a mulher


Todos os dias vemos no noticiário as mortes anunciadas. São mulheres que sofrem violência de seus companheiros e, apesar de algumas terem coragem de denunciar, ficam sem qualquer proteção ou assistência dos órgãos responsáveis. Não aceitam uma "insubmissão".
Acabam sendo mortas sem direito à defesa. E a causa é quase sempre a mesma: crime passional.


Isso vem de tão longe! A sociedade assimila que certas coisas são “normais”. Acatam o comportamento imposto pela dominação masculina. Você já ouviu a frase: “se ela apanhou, é porque fez alguma coisa”? Ou," Dê uma surra diária na sua mulher, você não sabe porque está batendo mas ela sabe porque está apanhando” e ”Toda mulher gosta de apanhar. Só as neuróticas reagem (Nelson Rodrigues (1912/1980) considerado um grande dramaturgo. Daria para listar uma série de frases, inclusive repetidas pelas próprias mulheres.

A minha mais recente indignação, é com o Zeca Baleiro. Ele regravou um samba de 1969 chamado “Bola Dividida” e que é composição de Luiz Ayrão no LP “Meus Momentos”. Ouço no rádio todos os dias e me inflo de indignação!

Bom, há 42 anos, a letra da composição passou batida entre as mulheres? Tá bem, mas hoje acho que não deve passar batido não! Não temos muitos mecanismos de protesto e defesa de nossos direitos de liberdade e indignação contra a violência à mulher. Mas eu aqui, estou registrando a minha:

Zeca Baleiro! Você pisou na bola, junto com Luiz Ayrão, e perpetua, através dos tempos, que a violência contra a mulher é admissível!

Tire você mesma a conclusão!

Bola Dividida
Composição Luiz Ayrão (1969)
Regravada por Zeca Baleiro (2010)

“Será que essa gente percebeu que essa morena desse amigo meu
Tá me dando bola tão descontraída
Só que eu não vou em bola dividida
Pois se eu ganho a moça eu tenho o meu castigo
Se ela faz com ele vai fazer comigo
Se eu ganho a moça eu tenho o meu castigo
Se ela faz com ele vai fazer comigo 
E vai fazer comigo exatamente igual
Ela é uma morena sensacional
Digna de um crime passional
E eu não quero ser manchete de jornal
Será que essa gente percebeu que essa morena desse amigo meu
Tá me dando bola tão descontraída
Só que eu não quero que essa gente diga 
Esse camarada se androginou 
A moça deu bola a ele e ele nem ligou
Esse camarada se androginou 
A moça deu bola a ele e ele nem ligou”.



LIBERDADE O MAIOR DIREITO DA MULHER!

30 de nov. de 2010

Quem nasce no Morro do Alemão não diz


"Quem nascia no Morro do Alemão nunca dizia." Isso foi o comentário da jornalista da Globo, agora pela manhã, dizendo que a auto estima daqueles cariocas melhorou. Ainda não dirá, penso eu! Ou você crê no espetáculo do noticiário exibindo o exército e a Bandeira Brasileira fincados no alto da favela, a que chamam de Complexo? Complexo. 


O tráfico dominou os morros porque o abandono ali é total. Mas, expulsando os traficantes, o quê mesmo vai “voltando ao normal” como insistem os jornalistas? A miséria? A discriminação? A falta de dignidade? A mídia esconde por debaixo desta operação de guerra, a verdadeira face do problema. Como se, colocar o exército nas ruas resolvesse na marra o fim do banditismo e a disseminação da paz. 


Eu quero é saber da inclusão social dessa gente brasileira! Eu quero é saber o que gerou e sustenta essa geração de bandidos. Eu quero é saber das escolas, da saúde, do emprego, da moradia e transporte, da cultura e do lazer desse povo excluído de tudo. Quando isso tudo "invadir" os Morros do Rio a paz de fato reinará. 


E para completar a manhã espetaculosa, Ana Maria Braga abre seu programa com o hino de 1970: “90 milhões em ação, prá frente Brasil, salve a seleção!” Me arrepiei! Vá de retro satanás! Será que que com a ação do exército no Morro baixou o saudosismo da Globo pelo regime militar nas ruas?

8 de out. de 2010

Tiririca, um cearense arretado?

Repare como a gente é muito reprodutor do que diz a grande midia. Chega a ser  inconsciente, pois entra na nossa cabeça diariamente feito um virus pegajoso, uma "moral" que nos é imposta pelas classes dominantes.  Tudo na vida tem dois lados. E sempre é bom vermos com os olhos que observam a "luta de classes". Ela é o grande motor que nos faz pensar de que lado estamos! É terreno minado mesmo!


Francisco Everardo Oliveira Silva, nome de batismo do palhaço cearense, de 45 anos, teve mais de um milhão de votos. Tiririca é analfabeto porque as classe dominantes assim o fizeram. Não há educação para todos no Brasil... e os que votaram nele, também o são. Há mesmo esse enorme fosso que separa a grande maioria dos brasileiros dos seus direitos legítimos de morar, comer, estudar e viver dignamente. Mas esta classe alfabetizada e instruída que sempre governou, nos deixou esta herança de preconceito e ignorância, além de miseria e fome. 


Dizer que só uma "classe política" é que pode governar tem um teor duvidoso! Lula provou que um peão de fábrica, semi analfabeto, pode sim governar o Pais e faze-lo mil vezes melhor que um instruido... Porque, bem ou mal, ele o fez sob o angulo da classe de onde se originou!

Acho que a midia - instrumento da elite - usa muito o preconceito como arma de dominio:
um palhaço é um profissional e representa sua classe de palhaços, oras! Porque ele não pode ser eleito? Um cantor, um negro, também não pode, já reparou a pecha que os persegue? As mulheres sempre distantes da política por obra de quê? 

Se Tiririca ganhou tantos votos assim, não creio ser só por protestos (o protesto tem um grande significado), mas vi entrevistas em que as pessoas diziam: ele é divertido, é conhecido porque aparece direto na TV (para isso a TV abre espaço), todos riem e se divertem com ele, ele é parecido com a gente, simples, alegre, engraçado, de bem com a vida, fala errado, é do bem... Porque não te-lo lá fazendo leis? Haja preconceitos! 

Sinceramente? Espero que o Tiririca faça leis que exterminem o analfabetismo! E que nunca se esqueça da classe de onde ele se originou, da terra de onde veio, o Ceará, fazendo juz aos votos que conquistou desse povo. Com certeza vai governar para muitos! Imagine o sucesso duplicado se o palhaço for um grande deputado? 

Mas, a grande chave desta questão é que o próprio Tiririca não sabe disto! Esta consciência da luta de classes ainda não atingiu seu grau necessário. E ele poderá morrer com seu próprio veneno... 


Em tempo, um recado para ele: pior que tá, fica sim!

14 de set. de 2010

A diferença entre José e Zé



O José Serra, na campanha eleitoral de 2010 em que se candidata à Presidência da República, aceitou ser intitulado por “Zé”. Seus marqueteiros inventaram um jingle tentando igualar suas intenções e seu nível de vida, às origens de Lula.

Diz o jingle:

"Quando o Lula da Silva sair
é o  que eu quero lá
 Serra eu sei que anda
 é bom eu já conheço
eu já sei quem ele é."

Sim, sabemos bem quem ele é.  E sabemos que anda prá trás. Sabemos a que ideologia a que pertence não é a mesma proletária origem de Lula. No primeiro momento, achei tão ridícula essa metamorfose, que traduzi esse sentimento dele querer ser “Zé”, pelo sentimento de que ele, de fato, é um “Zé Mané”.  Compus até uma marchinha de carnaval!

Sim eu sei quem ele é
É um  Mané!
Sinceramente esse  é falso
E isso eu não quero não!
Se o tal 
 pensa que assim é Lula,
Ledo engano.
Lula é proletário e não um  qualquer.
Pega bem mal o Serra querer ser 
Só pode mesmo é ser um  Mané!

Hoje, passado um mês do lançamento do jingle, e de ele ter ido por água abaixo, refleti sobre o outro lado da moeda dele ter querido ser um "Zé". De como é sugestivo que as forças podem mesmo se inverter, e que a vez dos "Zés" pode estar chegando de fato e de direito. E que o preconceito contra os “Zés” anda perdendo terreno, tanto que um legítimo representante da burguesia se sujeita a ser assim intitulado.

Mas, cadê a ideologia proletária?

O preconceito na sociedade capitalista, contra o pobre, contra o Zé, aparece até no dicionário. Os legítimos Zés, assim o assimilam.

 O que diz o Houaiss sobre “Zé”?

substantivo masculino

Uso: informal.
1    indivíduo comum, do povo
2    Uso: pejorativo.
indivíduo sem importância, que não tem peso social e é destituído de qualquer poder econômico; joão-ninguém
Ex.: ele não passa de um zé qualquer
3    Derivação: por sinédoque.
o conjunto dos pobres, dos indivíduos pertencentes à camada inferior de uma sociedade; plebe, ralé
Ex.: nas épocas de recessão, o zé é sempre o mais castigado
4    Uso: pejorativo.
indivíduo pouco inteligente, ignorante, tolo, de pouco valor; pateta, pacóvio, toleirão

Sendo óbvia a limitação da metamorfose de José em Zé, podemos concluir algumas coisas, entre elas, que a luta de classes é incansável e traiçoeira, que ganha mil caras e máscaras novas. E não nos iludamos que se um cara da elite burguesa, que resolva se auto intitular Zé, mude alguma correlação de forças nos atuais embates da luta de classes a nosso favor.

Há de se convir que o preconceito contra pobres está perdendo terreno e forças, e que a vez dos Zés verdadeiros pode estar chegando de fato e de direito.

Para concluir, ironicamente esta reflexão, deixo as palavras do Houaiss sobre “Mané”:

substantivo masculino

Regionalismo: Brasil e Portugal (reg.). Uso: informal, pejorativo.
1    indivíduo sem capacidade, pouco inteligente; bobo, paspalhão, tolo
2    indivíduo que não se apura no que faz; desleixado, negligente

4 de ago. de 2010

Quanto atraso ainda se vive no mundo!

A toda hora a gente se depara com ideias atrasadas, caducas. Cada cultura, pelo mundo afora, segue as tradições de seus povos. Mas evoluir urge! Tradição cheira mofo! Espanhõis que matam seus touros há séculos, mancham com sangue a sua terra. Dela nada brotará para matar a fome da humanidade. Povos que praticam matanças lembram os sacrifícios que povos primatas realizavam para agradecer chuva e colheita! Seguem listas inconcontáveis de atrocidades em nome destas tradições ou rituais religiosos. Sejam caçadas aos golfinhos lá na Dinamarca, ou rituais de magia no Brasil que torturam até a morte os gatos pretos. E iranianos ainda apedrejam as vítimas de leis moralistas. E as mulheres são presas fáceis destas leis "imorais". Esta campanha para salvar Sakineh é uma campanha que precisa vingar, para que seu exemplo contamine a humanidade na sua necessidade de progresso.




Notícia de http://www.avaaz.org/

A pressão internacional livrou a iraniana Sakineh Ashtiani do apedrejamento, mas ela ainda poderá ser enforcada. O Irã quer recusar a oferta de asilo oferecida pelo Presidente Lula, mas se ele se comprometer a negociar com o Irã, ele poderá salvar a vida de Sakineh -- envie uma mensagem para o Lula peça para ele não desistir até que a Sakineh seja salva:

Graças à comoção no Brasil e o mundo, o Presidente Lula ofereceu asilo à Sakineh Ashtiani, a mulher iraniana condenada à morte por apedrejamento. Porém hoje de manhã o governo iraniano insinuou que a oferta seria rejeitada.


O governo do Irã ouve o Lula. Se ele se comprometer a fazer o que for preciso, ele poderá salvar a Sakineh. E nós sabemos que o Lula ouve a opinião pública, na semana passada, a comoção popular fez ele mudar de idéia e oferecer asilo à Sakineh.


As nossa vozes podem ajudar a salvar a vida de Sakineh e trazer esperança para as pessoas condenadas ao apedrejamento. Clique abaixo para enviar uma mensagem para o Presidente Lula pedindo para ele não desistir e negociar com o Irã até que a Sakineh seja salva.

http://www.avaaz.org/po/lula_salve_sakineh/?vl

Sakineh foi condenada à morte por apedrejamento por supostamente ter tido relações com outros homens... anos após a morte de seu marido. Seus dois filhos lançaram uma campanha para salvá-la, gerando uma repercussão internacional. Com a pressão, o governo iraniano decidiu revocar o apedrejamento, porém ainda querem executá-la por enforcamento.

Devido ao esforço por uma diplomacia paciente com o Irã, o Presidente Lula é a única pessoa que poderá salvar a Sakineh. Após ele ter recusado intervir, cidadãos brasileiros se mobilizaram pela Internet para defender a Sakineh, como resultado alguns dias atrás ele mudou de opinião e ofereceu asilo a ela. Após a intervenção do Lula, o governo iraniano começou a tratar melhor a família de Sakineh.

Um porta-voz iraniano afirmou que o Lula estava mal informado sobre o caso, porém esta não parece ser a palavra final do governo iraniano sobre a proposta de asilo. O Irã poderá tomar uma decisão sobre a execução de Sakineh ainda esta semana. Não temos muito tempo – vamos enviar uma mensagem clara para Lula insistir na libertação da Sakineh:


http://www.avaaz.org/po/lula_salve_sakineh/?vl


A luta da Sakineh trouxe o apedrejamento para os holofotes da mídia internacional pela primeira vez em anos. Se nós nos agirmos agora, poderemos provar que o mundo não aceita estas práticas brutais, e não somente poderemos também salvar uma vida, como daremos esperança para as outras 15 pessoas aguardando a morte por apedrejamento no Irã e todos aqueles aguardando uma execução injusta em presídios mundo afora. Vamos agir enquanto há tempo para garantir que o Brasil cumpra a sua responsabilidade de proteger os direitos humanos, seja onde for.

Com esperança, a equipe Avaaz


Leia mais:

Lula propõe a Irã receber no Brasil condenada a apedrejamento:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/07/lula-propoe-ira-receber-no-brasil-condenada-apedrejamento.html

Internautas fazem campanha "Liga Lula" contra apedrejamento de iraniana:
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/campanha-pede-que-lula-interceda-por-iraniana-condenada-a-morte-20100727.html


Irã diz que Lula é emotivo e tem pouca informação sobre iraniana condenada:
http://www.abril.com.br/noticias/mundo/ira-diz-lula-emotivo-tem-pouca-informacao-iraniana-condenada-584092.shtml

27 de mai. de 2010

Minha vida é um equívoco, cheia de equívocos

1- Equívoco: que pode ter mais de um sentido, de uma interpretação; ambíguo, que é difícil de classificar, que dá origem a julgamentos morais diferentes; dúbio, duvidoso, que desperta suspeita(s) que, embora apresente um único significante linguístico, pode ser entendido em dois ou mais sentidos diferentes (diz-se de um conceito propositalmente polissêmico no interior de uma determinada doutrina filosófica), efeito de equivocar-se; engano, erro, interpretação ambígua.

2- Equivocar: confundir(-se) a respeito de; ter impressão errônea de; cometer engano, errar; enganar(-se); ter aborrecimento; aborrecer-se, irritar-se.

3- Equivocado: que se equivocou, que cometeu um engano; errado

4- Equivocação: equívoco em ter ou considerar uma coisa por outra; engano.

5- Equivoquista: pessoa que comete equívocos ou que aprecia equívocos de linguagem.

Minha vida é um equívoco, cheia de equívocos.

26 de mai. de 2010

Favelado Game: Todo favelado é bandido


Favelado Game aposta no preconceito, na discriminação, no constrangimento, para falar o mínimo! E no máximo, coloca sinal de igualdade entre bandido e favelado. 

Criado por uma dupla de alemães, o “Favelado Game”, que já tem 86.636 jogadores inscritos, é uma versão de um jogo que causou polêmica na Europa, o Mendigogame e que existe em sete países com adaptações. Vi as fotos dos "alemãezinhos" jovens e nada criativos, já que este assunto de discriminação é bem velho e caduco. Estavam sorrindo enquanto entrevistados.

Mas são dimensões diferentes, nada comparáveis, mesmo que preconceituosas, entre um mendigo da Europa e uma morador de favelas no Rio de Janeiro. 

O jogador cria um personagem e esbarra com mensagens discriminatórias e preconceituosas nas várias fases do jogo: "Baratas, pastores alemães e girafas todo favelado tem". "Além do seu vício por álcool, você também tem o vício do jogo". "Peça esmolas, junte-se a outras gangues, lute e melhore suas técnicas para ganhar mais". "Você é violento".

A repercussão nas favelas do Rio está crescendo. As Lan houses dos morros não estão aderindo ao jogo e acham que ele prejudica a imagem das comunidades.

Jorge Barbosa, coordenador do Observatório de Favelas afirma que além de discriminatório e preconceituoso, esse jogo é desumanizador. Não se vive no mundo só para consumir. Eles estão espetacularizando e banalizando os atos violentos além de alimentar o medo em relação aos pobres e favelados.

Não é para menos! Com a maior cara de pau, usam o termo “politicamente incorreto”, termo “moderno” encontrado pelas forças reacionárias como sinônimo das mazelas do capitalismo. Porém, muito mais que incorreto, determina que todo favelado é bandido, alcoólatra, criminoso, violento no vale tudo para sobreviver.

Pasmem comigo: entre em qualquer um dos diversos sites que disponibilizam o jogo para download e vejam a propaganda que vai encontrar:

 "Torne-se um mendigo virtual e seja obrigado a pedir esmolas, catar latinhas e cometer delitos para sobreviver."

Sucesso em mais de cinco países, FaveladoGame é a versão brasileira de um jogo de browser criado na Alemanha. A pobreza existe em todo lugar e o objetivo do jogo é conscientizar os jogadores para os problemas enfrentados por pessoas que são obrigadas a viver nas ruas.

Em FaveladoGame você se torna um mendigo na cidade do Rio de Janeiro e deve explorar seus 75 bairros em busca de maneiras de ganhar dinheiro. Cate latinhas pela cidade, peça esmolas para seus amigos através de um link, roube galinhas, bote animais para brigar e lute contra seus rivais. “Politicamente incorreto” por completo, o jogo encara a realidade satiricamente.

Primeiros passos

Obviamente, sua vida de favelado começa com você mal-humorado e agressivo. Afinal, há somente dez reais em seu bolso furado e você sequer tem uma caixa de papelão para dormir. Contudo, é hora de mudar de vida: junte latinhas e as venda para juntar algum dinheiro. Então, crie contatos e descubra meios mais lucrativos de adquirir dinheiro.

Ao fazer o login, a página carregada mostra a aba “Geral”, que contém todas as informações relevantes sobre seu personagem. Nela, você vê sua pontuação como favelado, classificação em relação aos outros jogadores, teor alcoólico no sangue (você é alcoólatra), o dinheiro no bolso e atributos físicos (o quão bem você ataca e defende).

Em “Ações” você descobre tudo o que pode fazer para ganhar dinheiro. Catar latas rende cada vez mais dependendo da velocidade com a qual isso é feito, ou seja, treine esse atributo para ganhar mais. Os crimes iniciais são simples, mas arriscados (como roubar galinhas).

Para lutar é necessário treinar seus atributos básicos e acumular 150 pontos na “carreira” de mendigo. Cada “Curso de Reciclagem” leva algum tempo para ser concluído e requer determinada quantia em dinheiro para ser realizado. Portanto, por mais que você se recuse a juntar latas por causa da humilhação, não há escapatória!

Por meio desses cursos é possível melhorar seu personagem em vários aspectos: você pode aprender a falar corretamente, ter instrução básica na escola, aprender a tocar algum instrumento (para ganhar dinheiro com a arte) ou mesmo fazer um estágio na área de “bateção de carteira”.

O mais importante após juntar latinhas é saber quando vendê-las. Na barra superior da página você encontra a cotação atual de centavos por latinha. Pode parecer pouco e você tem o direito de esperar por algo melhor, mas melhor momento para vendê-las é quando o preço estiver acima de 12 centavos!

Assim como você, seu animal de estimação pode ser treinado para ficar mais forte e feroz. Quando conseguir isso, coloque-o para brigar contra outros animais e ganhe o dinheiro das apostas em caso de vitória. Cada bairro da cidade tem diferentes pontos de esmola, escolha bem o local onde pretende descansar quando cansar de catar latinhas. Além disso, preste atenção nos lugares mais lucrativos, pois neles você deve “comprar o ponto”!

Na área superior do site, clique sobre “Cidade” para encontrar várias opções: mudar de bairro, ir ao mercado comprar uma “pinguinha” (não deixe muito sangue se misturar ao álcool em suas veias, pois aqui a vida é dura demais para ser encarada sobriamente), tomar banho, comprar instrumentos músicas, alugar um lugar onde dormir, e - como a esperança é a última que morre - ir à loteria “fazer uma fezinha”.

Apesar de o seu esforço contar bastante, você não consegue “subir na vida” em FaveladoGame sem estar associado a uma gangue. Isso porque essa é a única forma de poder retaliar aqueles que o atacarem para roubar seu dinheiro e também um bom método para descobrir os melhores pontos de esmola e “esquemas” para ganhar dinheiro fácil."

Não sei o que é pior, este jogo, ou  aquele filme americano (de terror, óbvio) em que o turista é sequestrado no Rio de Janeiro e tem seu rim roubado para ser vendido a alguém na fila do transplante. 

Não verei nenhum dos dois!