Soneto do Tempo Novo
(Antonio Carlos Affonso dos Santos - ACAS)
Chegou a chuva, nem é Março,
As folhinhas/calendários estão molhadas,
Os dias escorrem por sobre a vidraça,
Pouco além do armário de portas quebradas.
Fez-se lodo sob o tanque, as avencas
Descem pelos portais, samambaias
Infiltram-se em tudo, musgos em pencas
Cobrindo as lajes, tal e qual saias.
A vida umedeceu nas prateleiras,
Entre novelas de tevê e noites frias,
Que gelaram todos os ossos e mentes.
Brotaram dos sapatos cogumelos:
Mas assim que surgir um tempo novo,
Semearei minhas guardadas sementes.
(28/02/10)
Um comentário:
LINDO SONETO!
Há tanta semente perdida nas frinchas da vida! Quando menos se espera, umazinha [e depois às dezenas] surgem tenras e verdinhas auspiciando um sorriso e uma esperança!
Estou me despedindo do Vermelho mas me encontras por aqui!
Beijos e não abandone o prosa@poesia, please!! Vou te ler sempre!
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