14 de mai. de 2009

Abissal

A enfermidade do universo me contagia Minha alma está prostrada sobre um mar de ceticismo Que produz imensas ondas de caos Elas são gigantes... e fortíssimas! A espuma com aspecto absurdo Explode na arrebentação da minha lucidez (minha trágica e odiosa lucidez) Quisera eu ignorar as coisas todas do mundo Como os peixes que habitam a profundidade abissal Desconhecem o mundo e, ao mesmo tempo, o conhecem por inteiro Pois que o mundo não lhes passa de uma profunda escuridão Sem mistérios, ciências e hipócrita preocupação com o meio-ambiente Apenas a pastosa escuridão Densa, segura E garantidora de sua sábia ignorância Eu invejo as criaturas abissais Sempre sonhei me alienar do mundo e sua decadência Sempre quis me alienar de mim (da minha insignificância) Anseio, sobretudo, me alienar desta coisa soberba e mesquinha a que chamamos humanidade Luana Bonone

Nenhum comentário: