Há folhas mortas de sono.
É outono,
então dormem pelas calçadas,
pelos parques.
Ao sabor dos ventos,
sonham que têm asas.
Sonham sonhos verdes,
terras fecundas.
Folhas!
Que nunca tenham
pesadelos
[de árvore derrubada].
Que pisadas,
transformem férteis as raízes.
Que possam acordar
todos os anos
em brotos revigorados.
Que despertas pela primavera,
rebrilhem sóis e chuvas
em sua doce seiva.
Neste ciclo de vida,
como as lagartas em borboleta,
que as folhas adormecidas
neste sono profundo,
possam despertar
e descobrir que a sua morte
fora apenas um pesadelo
finito de outono.
(Ada 27/5/2010)
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