A Lua redonda e ardida
ilumina um céu negro
que esconde mágoas e oculta dores
Entre lágrimas doces e salgadas
não posso ver o seu brilho
Olhos encharcados, turvos
Vejo sim toda a tristeza
empilhada nas nuvens
amontoando-se desordenadamente
umas sobre as outras
Neste céu de sonhos inconclusos
Meus olhos turvos, opacos
não emanam sorrisos de Lua crescente
nem mistérios de Lua minguante
nem esperanças de Lua nova
A luz de outrora
amaina, arrefece
apesar de você, assim Lua cheia,
Lua redonda e ardida,
que ao meu olhar se comparava...
[tanto brilho!
Não adianta lançá-lo como dantes
e sobre minha pele iluminar
Meu olhar não pode mais te acompanhar
(Ada 27/5/2010)
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