Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Fonte:
QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM,1980.
QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM,1980.
Mario Quintana
Mário Quintana, poeta gaúcho nascido em Alegrete, em 30 de julho de 1906, e morreu em 5 de maio de 1994, em Porto Alegre. Trabalhou em vários jornais gaúchos. Traduziu Proust, Conrad, Balzac, e outros autores de importância. Em 1940, lançou a Rua dos Cataventos, seu Primeiro livro de poesias. Ao que seguiram Canções (1946), Sapato Florido (1948), O aprendiz de Feiticeiro (1950), Espelho Mágico (1951), Quintanares (1976), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), A Vaca eo Hipogrifo (1977), Prosa e Verso (1978), Baú de Espantos (1986), Preparativos de Viagem (1987), além de varias antologias.
Um comentário:
Tenho verdadeira paixão por Mario Quintana e, o considero o literato, poeta, cronista... mais injustiçado do país. Perdeu para o Sarney (justo ele) e seu Marimbondo de fogo, sua cadeira na ABL e morreu no mesmo dia do Ayrton Senna. A TV e os jornais soltaram mais de um caderno sobre o Senna, e meia página ou uma nota sobre nosso grande poeta. Sacanagem com quem contribuiu tanto com a cultura brasileira. Bela escolha este poema.
Bjs
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