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| É outro o amarelo que te falo | 
POEMAS AOS HOMENS DO NOSSO TEMPO 
XVI
Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue. 
Dirás que sangue é o não teres teu ouro 
E o poeta te diz: compra o teu tempo. 
Contempla o teu viver que corre, escuta 
O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo. 
Enquanto faço o verso, tu que não me lês 
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala. 
O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas: 
"Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas". 
Irmão do meu momento: quando eu morrer 
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo: 
MORRE O AMOR DE UM POETA. 
E isso é tanto, que o teu ouro não compra, 
E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto 
Não cabe no meu canto. 
Do livro: Júbilo Memória Noviciado da Paixão (1974) 
 
 
 
2 comentários:
gostei muito do seu blog.Parabéns pelo capricho!
Olá Cristina, muito obrigada pela visita e elogio.. Bj.
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