Faxina
Cris Cervo
O
calendário em minha mão
Mostra
o ano que termina.
Já
desocupei meu coração
Para
mais uma faxina.
Todo
ano é sempre igual
Nem
preciso me mudar,
Mas
quando passa o Natal,
Troco
os "móveis" de lugar.
Começando
pela entrada,
Já
vou trocando o tapete,
E
mais adiante na sacada,
Mudo
de lugar a rede.
Na
sala que permaneça
Só
a lareira e o aquecedor,
Pode
ser que me aconteça,
A
visita de um amor.
Nos
meus quartos bagunçados,
É
complicado de arrumar,
Tenho
sonhos engavetados,
Em
quase todo lugar.
Na
varanda sobre a mesa,
Um
vaso em frente a janela;
Quero
sempre que pareça
Que
em minha casa é primavera.
Agora
a parte principal:
Meu
pedacinho de chão,
O
fundo do meu quintal,
Dentro
do meu coração.
Essa
área requer água,
Por
isso todo dia eu rego,
Não
planto ódio nem mágoa,
E
vivo colhendo afeto.
Nem
mesmo um cardiologista
Faria
uma faxina assim,
Sou
a única paisagista,
Que
cultiva esse jardim.
Quem
entende um coração ?
Nem
os poetas suponho,
Mas
todos precisam deste chão,
Para
replantar seus sonhos...
(dez/2013)
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