13 de ago. de 2014

Dia pasmo


O dia está pasmo, engasgado
Porque alvacento de pó
Não pode o verde enxergar.
Tudo é luz difusa
de um sol escaldante, sufocante.
Pasmaceira desse dia
Branco, pálido
Que com secura o verde cindiu.
Desse dia ardido, perdido
Num tempo difícil,
Dentre todos os difíceis,
Cada qual a seu tempo.
Gota de suor sequer molha a terra,
Sequer lágrima umedece o chão
Ressequido, dorido.
Generosidade anda escassa,
Parece que há tão pouco pão...
Anda triste esse dia pasmo,
Tácito, sofrido.
E a vida segue dando um jeito de viver,
Como um coração que não cessa de bater.


(Ada, 13/8/2014)

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