21 de jun. de 2015

A minha companheirinha Grampola se foi

Grampola * 19/4/97 * 20/6/15 *

A minha companheirinha se foi. Acabou de partir embrulhada em meus braços. Relutou, relutou; relutei, relutei; não queria ir de jeito nenhum, e não queria que ela fosse. Lançou mão de sua sétima vida, não por mim, não por ela, mas porque a vida é assim, tem vontade própria. Impõe um limite. Preciso aprender a aceitar as perdas.

Minha vida permeada de perdas e partidas sempre me colocam na mais frágil das situações. Faz-me refletir sobre as perdas de diversas formas, não só dos que se foram desta vida, também dos que se foram de minha vida e deixaram saudades, dores, mágoas, lembranças boas. E assim vou acumulando todas elas, todas incapazes de me ensinar a endurecer...

Grampola, você é mais que uma estrelinha agora no céu. Você foi, desde sempre, uma constelação. Dois olhos brilhantes e azuis que cintilavam intensamente quando nos meus miravam. Você me falava com os olhos... Até o fim, nos seus suspiros de morte, você me fitava como se quisesse me dizer algo. E sempre me questiono, será que te compreendi?

Afinal, 18 anos são uma vida longa para você, cheia de sabedorias, geniosa, alpha, miúda e guerreira. Batia no cachorro e nos gatos e todos a respeitavam. Lambia carinhosamente também, maternal. Meu colo era seu, só seu, porque decidiu isso e ninguém questionava ponto final. O vazio que ficou desse momento quase sagrado entre nós, um ritual diário, estipulado por você é justamente a lembrança viva de sua presença.

Ai, meu amor, como dói a sua ausência. O que mais desejei foi evitar seu sofrimento, no entanto quem mais está sofrendo sou eu. Descansa meu benzinho. Te amarei prá sempre.

(Grampola * 19/4/97 * 20/6/15 *)

Um comentário:

João Paulo Naves Fernandes disse...

Sinto pela perda do gatinho. eles são especiais.