5 de jun. de 2009

Efêmero

Não nos damos fé do quanto somos efêmeros. O que somos hoje, amanhã já se modificou, se diluiu no que passamos a ser. Me dei conta desta efeméride quando vi um amigo meu me ignorando no orkut com a seguinte mensagem: " não me contacte mais". Sabe aquele susto que faz o pensamento demorar um pouco para funcionar? Em seguida, um email: "Boa noite. Desculpe a indelicadeza de simplesmente te mandar um email. Estou lhe enviando este email para dizer que apesar de sermos apenas amigos neste momento arrumei uma namorada que não compreende a nossa amizade. Estou lhe pedindo gentilmente que por favor não tenhamos mais contacto, nem por email, nem por msn, nem por telefone, aliás por nenhum outro meio de comunicação. Obrigado". 

Engraçado que ali no meio das palavras, ela (óbvio) afirma "neste momento arrumei uma namorada" para confirmar mais um pouco a efemeridade das relações. Conheço (conhecia) meu efêmero amigo há cinco efêmeros anos e posso (podia) garantir que não são (eram) expressões usadas por ele, pelo menos até este efêmero momento. Concluo que ele foi possuído por uma louca efêmera paixão que impediu sua efêmera coragem de enfrentar suas verdades (mentiras) de até então, e que essa paixão tomou posse de tudo que é (era) seu, inclusive sua caixa de emails. 

Portanto, passo a ser uma mentira pois fui apagada do orkut, do msn, do skipe, do twiter, do celular e de sua efêmera vidinha. Não iremos mais ao cinema (na verdade não íamos há muito tempo); não mandarei cartão no seu aniversário (você nunca me mandou um, agora que me dei conta); não nos falaremos sobre nossos gatos (nem lembro mais quantos você tem (tinha)), ou trocaremos fotos (pensando bem, nossa amizade já tinha acabado)...bota efêmero nisso! (Ada 5/6/2009)

Um comentário:

Prof. Ademar Oliveira de Lima disse...

Estive por aqui conhecendo o teu blog! Abraços Ademar!!