Restaurando um quadro que emoldurei há anos, com um poema de Adalberto Monteiro chamado “A meu Partido”, precisei consultar o livro dele, “Os Sonhos e os Séculos” onde fora publicado em 1991. Precisei recuperar algumas palavras esmaecidas pelo tempo. Tenho o livro, com dedicatória e tudo desde essa época, e nunca tinha prestado atenção que sua capa é uma foto da Terra vista da Lua. Uma foto fantástica e que muito recentemente encontrei em pesquisas pelos meus devaneios lunares. Fiquei fascinada com as imagens que encontrei no site da Nasa e, sabendo que foram tiradas em solo lunar, me causou estranha sensação de ser expectador de mim, de saber-me lá. E nesta visão distante, tão distante assim, nosso gigantesco planeta precisaria ser aumentado em vários zooms, sistematicamente, até que pudesse ver-me aqui escrevendo este texto. E porque sonhar é coisa para poetas e loucos é que lá da Lua me vejo aqui na Terra sonhando com a Lua e aqui da Terra, me vejo lá na Lua sonhando com a Terra. Demorei 20 anos para obter conhecimento de tal vislumbre, roçar nuances de sentimentos poéticos, perceber que a ebulição desse sentir, também aconteceu para Adalberto quando publicava seu livro de poemas, lá em Goiás em 1991. E, decerto, sonhando com a Lua, escolheu exatamente esta imagem. Essa é uma prova de que os sonhos percorrem, de fato, os séculos.
Foto: A Terra vista da Lua. Capa de "Os sonhos e os séculos" de Adalberto Monteiro. No Prefácio de Brasigois Felicio: "Aqui a poesia denuncia a vileza dos séculos da barbárie e proclama que, apesar de tudo, o sonho da paixão e da revolução está vivo." |
2 comentários:
Que lindo !
Como tu escreve bem, amiga !
Beijos
Adorei este devaneio! bjos Ada!
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