Quem é Alexandre O'Neill |
Ele também gostava de gatos. Há alguns poemas e crônicas dele, publicadas por aqui.
É da sua autoria o lema publicitário: “Há mar e mar, há ir e voltar” que tratava dos cuidados que as pessoas têm que ter com a praia. É que precisava sobreviver, e só com sua poesia não era possível, portanto trabalhava em marketing.
Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE (Uma Scotland Yard portuguesa).
Acho que era bem humorado e satírico, pela sua biografia e bibliografia, posso concluir..
Surrealista!
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill. Nasceu em Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 e morreu em Lisboa, 21 de Agosto de 1986 com 62 anos.
Descendente de irlandeses, autodidata, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens “A Ampola Miraculosa”, (1949) constituída por 15 imagens sem qualquer ligação e respectivas legendas, sem que entre imagem e legenda se estabelecesse um nexo lógico, o que torna altamente irônico o subtítulo da obra “Romance”.
As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua ação à publicidade.
A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda (surrealismo e experiências próximas do concretismo) — que se manifesta no caráter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real.
Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heróico criada pelo neo-realismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista, no entanto, sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor.
Temas como a solidão, o amor, o sonho, a passagem do tempo ou a morte, conduzem ao medo: “O Poema Pouco Original do Medo”, com a sua figuração simbólica do rato ou à revolta de que o homem só poderá libertar-se através do humor, muitas vezes manifestado numa linguagem que parodia discursos estereotipados, como os discursos oficiais ou publicitários, ou que reflete a própria organização social, pela integração nela operada do calão, da gíria, de lugares-comuns pequeno-burgueses, de onomatopéias ou de neologismos inventados pelo autor.
Alexandre O'Neill escreveu:
Tempo de Fantasmas (1951),
No Reino da Dinamarca (1958),
Abandono Vigiado (1960),
Poemas com Endereço (1962),
Feira Cabisbaixa (1965),
De Ombro na Ombreira (1969),
Entre a Cortina e a Vidraça (1972),
A Saca de Orelhas (1979),
As Horas Já de Números Vestidas (1981),
Dezenove Poemas (1983) e
O Princípio da Utopia (1986).
Poesias Completas, 1951-1983 (1984).
Tomai Lá do O'Neill (1986)
As Andorinhas não Têm Restaurante (1970)
Uma Coisa em Forma de Assim (1980, volume de crônicas)
Gravou o disco: Alexandre O'Neill Diz Poemas de Sua Autoria.
Em 1966, foi traduzido e publicado na Itália, pela editora Einaudi, um volume da sua poesia, Portogallo Mio Rimorso.
Recebeu, em 1982, o Prémio da Associação de Críticos Literários.
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