O carteiro estava desistindo
de mim quando decidiu tocar a campainha da vizinha (obrigada vizinha!) e deixar uma
caixa enviada por sedex, vinda de Ubatuba. Há três dias essa caixa passeia recheada de
conchas e poesias entre a agência do correio e meu portão, ausente de mim. E junto
desse presente caríssimo, com cheiro de mar e amor, veio um cartão amigo desejando
que as conchas trouxessem sorte para meu destino e um livro que traz 300 cartas de amor.
O presente é da amiga de infância, Elenice, que a vida separou por contingências, mas vez ou outra, a vida nos une através da saudade e de encontros rápidos, mesmo que virtuais.
O presente é da amiga de infância, Elenice, que a vida separou por contingências, mas vez ou outra, a vida nos une através da saudade e de encontros rápidos, mesmo que virtuais.
- Elenice, agora estou aqui, devorando
as cartas que Tompson te deu, com tanto humor e amor, e entre risadas e
emoções tão contidas em suas palavras, pude saber da existência dessa pessoa
interessante e engraçada com quem dividiu parte de sua vida..
E também, você se trouxe às
minhas lembranças, o que na infância já me beneficiava com seu sorriso
escancarado, que esse seu jeito decidido e forte – de quem toca castanholas -
embute uma ternura especial. Sou privilegiada por poder compartilhar dessa amizade
e cumplicidade que puderam viver, você e Tompson.
Você não faz idéia de como
sua atitude de enviar as conchinhas cheias de sorte, escolhidas por você e ainda com areia, e em recolher as poesias e cartas
de seu amor, editá-las, publicá-las e dividi-las comigo, o quanto mudou meu dia. Um carinho
acresceu em minha vida... e confesso que andava tristonha.
No mesmo dia, engoli 28
páginas de “Granítico” como se estivesse engolindo mariscos. Dia seguinte segui lendo
no metro, e as gargalhadas que dei em certos trechos, chegaram a despertar a curiosidade
dos outros. Até lacrimei de rir com o jeito engraçado dele se expressar e ver a
vida. Não só de humor, mas de emoção por sabe-lo morto, que triste!
Diz ele:
"Viaje bem, deixe suas castanholas na baú para não ir batendo no volante a cada lembrança do instinto espanhol".
"Duvida da palavra querida? Estou queridando, ou melhor, estou querimbanzo."
"Querida mulher, estou estarrecido em um ponto da minha vida. Quanto carinho tenho destinado a um cão e não dei ao meu filho. Este, o cão, me entende. Vou escrever, vou ler, ele se aquieta. respeita meu momento, mas refiro-me à paciência que não tive com meu filho ou filhas. Agora tenho um cão-filho."
"Se um dia esqueci de dizer-lhe que a amo, é porque estava dormindo, mas sonhando com você." (Tompson, In "Granítico")
- Elenice, que bela homenagem prestou a ele, editando e publicando suas cartas! Bela declaração de amor e amizade! Quanta história você reserva! Percebi que mantemos grandes afinidades, amiga. Seguimos tocando castanholas e cultivando coisas simples da vida, valorizando sentimentos, gostando de livros, de gente poética e de conchas...
Diz ele:
"Viaje bem, deixe suas castanholas na baú para não ir batendo no volante a cada lembrança do instinto espanhol".
"Duvida da palavra querida? Estou queridando, ou melhor, estou querimbanzo."
"Querida mulher, estou estarrecido em um ponto da minha vida. Quanto carinho tenho destinado a um cão e não dei ao meu filho. Este, o cão, me entende. Vou escrever, vou ler, ele se aquieta. respeita meu momento, mas refiro-me à paciência que não tive com meu filho ou filhas. Agora tenho um cão-filho."
"Se um dia esqueci de dizer-lhe que a amo, é porque estava dormindo, mas sonhando com você." (Tompson, In "Granítico")
- Elenice, que bela homenagem prestou a ele, editando e publicando suas cartas! Bela declaração de amor e amizade! Quanta história você reserva! Percebi que mantemos grandes afinidades, amiga. Seguimos tocando castanholas e cultivando coisas simples da vida, valorizando sentimentos, gostando de livros, de gente poética e de conchas...
Presentão esse, amiga! Estão em lugar de destaque em minha casa e coração. Obrigada. (Ada, 18/12/2011)
Nala, a mais velha, portanto sábia, gostou do livro |
As conchas vieram com areia e sorte |
300 cartas de amor transformadas no livro "Granítico" de Tompson Luciano Bueno. Ponta Porã (MS) 30/05/1939 - Ubatuba (SP) 23/03/2010. |
Nala curtiu as conchas de Ubatuba |
Cheirinho de mar |
Lindas as conchinhas |
Esta poseia vai para os meus preferidos (aqui).
"Nada existirá
sem mim
Sorriso esquecido
Abraço amigo
O gargalhar
Lágrimas minhas
Por desgosto
Por amor
E ausência.
Nada existirá
Após a irreponsabilidade
Da vida
Serei talvez
Saudade.
Tompson Luciano Bueno
Granítico
5 de abril de 2002.
PS.: Porque "Granítico"?
2 comentários:
Ada, não conheço sua amiga, mas estou amando ela, você e o Tompson...
Emocionante sensibilidade.
bjs
Que lindo, Ada!!
Duas coisas me vieram ao pensamento e ao coração:
A certeza-felicidade-saudade de amigos que embora longe são tão caros ao coração da gente, e que parecem pressentir quando estamos necessitados de um carinho-atenção-cuidado...
E a felicidade-saudade-plenitude de um amor vivido intensamente, e intensamente sobre-vivido a separação maior imposta pela vida, no seu próprio fim.
Tenho e tive. Ambos completam minha vida e no fundo, no fundo, me fazem sentir uma pessoa privilegiada.
Beijos pra vc, beijos pra sua amiga querida.
Felicidade e paz!
Postar um comentário