9 de mai. de 2012

Ingrid Jonker e o Apartheid


Apartheid é uma palavra africana que significa separação. Esse nome define uma forma particular de ideologia racial-social que vigorou na África do Sul durante o século 20. 

Absurdamente, o apartheid foi um regime racial segregacionista - a partir de 1948 - e também de discriminação político-econômica que separava negros, "de cor", indianos e brancos sul-africanos.

Houve muita luta e o governo, formado apenas por brancos, combateu o povo que resistiu com muita opressão. Mesmo com a intolerância e imposição de mais leis, as manifestações populares ganharam força, incluindo os protestos em várias áreas e os boicotes nos ônibus.

Com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela, restam ainda hoje vestígios do apartheid, que ainda fazem parte da política e da sociedade sul-africana.

Algumas leis vigentes durante o período:

- Proibição do casamento entre brancos e negros. Os policiais eram autorizados a invadir casas durante a madrugada para verificar se a lei estava sendo respeitada.

- Proibição de adultério ou relações imorais entre brancos e negros.

- Criação de um registro nacional para definir o tipo de raça da população e determinar o que cada pessoa poderia fazer em detrimento da raça, seja limitar o acesso às escolas, universidades, hospitais, áreas para morar.

- Os negros precisavam sempre apresentar um documento de identificação nas ruas, esse “passaporte” incluía uma foto, detalhes de origem, emprego, pagamento de taxas e situação na polícia. Era proibida a circulação de negros nas ruas após as 18h.

- Nenhum negro morador das áreas rurais poderia mudar para a área urbana sem permissão das autoridades locais, inclusive a liberação para trabalhar deveria ser feita com 72 horas.

- Os fazendeiros fizeram com que a venda ou aluguel de terra para negros fosse proibida, com exceção das áreas de reserva. Isso limitou a ocupação dos negros em 80% da África do Sul.

- Segregação em todos os lugares públicos, inclusive prédios públicos e transporte para diminuir o contato entre brancos e outras raças. As placas indicavam “Apenas Europeus” e “Não-Europeus”, as facilidades proporcionadas pelo governo não era igualitárias.



Cruel

Ingrid Jonker sofreu muito por ter um pai que era efetivamente participante e apoiador desse regime. Ela não tinha o afeto dele, e por criticá-lo e fazer poemas em defesa do povo sul africano, ele a abominava. Durante a noite de 19 de julho de 1965, Jonker foi à praia de Bay Anchor na Cidade do Cabo e cometeu suicídio por afogamento. Ao saber da morte, Jonker, seu pai, teria dito: "Eles podem jogá-la de volta ao mar, eu não me importo.". 

O célebre poema que ela escreveu "A criança que foi morta a tiros por soldados em Nyanga", 
 e que Mandela declamou em sua posse quando eleito presidente da Africa do Sul, é emocionante.

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