2 de ago. de 2012

Reza do sono

Uma procissão de sons desfila em ritmos,
há uma reza sob o leite da lua 
                                (absolutamente redonda.)
Num cântico, ladainhas de cães, 
aviões e caminhões
cumprem sua penitência noturna.
E mais longe, o vento
corujas e gatos no cio. O mato 
                                              [dá prá ouvir]
implora ao verde que devolva sua cor.
Ele resiste murcho, rogando chuva 
por entre os blocos de cimento que cobrem a rua,
promete verdejar.
Nuvens trovejando, ao longe repetem refrões.
Ouço as coisas sendo-se.
                                   [sem mim] 
É uma reza no escuro da noite, 
me oferecendo em hóstias o sono.

(Ada 1/8/2012)

Nenhum comentário: