Uma procissão de sons desfila em ritmos,
há uma reza sob o leite da lua
(absolutamente redonda.)
Num cântico, ladainhas de cães,
aviões e caminhões
cumprem sua penitência noturna.
E mais longe, o vento
corujas e gatos no cio. O mato
[dá prá ouvir]
implora ao verde que devolva sua cor.
Ele resiste murcho, rogando chuva
por entre os blocos de cimento que cobrem a rua,
promete verdejar.
Nuvens trovejando, ao longe repetem refrões.
Nuvens trovejando, ao longe repetem refrões.
Ouço as coisas sendo-se.
[sem mim]
É uma reza no escuro da noite,
me oferecendo em hóstias o sono.
(Ada 1/8/2012)
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