11 de jul. de 2013

Coisas de Ada, Coisas do Paraná

Minha mãe e eu: Nasci nessa casinha de madeira, no bairro Bacacheri, Curitiba - PR

No dia 11 de julho em 1954 nasci sob uma baixa temperatura. A geada cobria as ruas do Bacacheri, em Curitiba, com cristais de gelo. O banho teve que ser sobre o fogão a lenha aceso e, mesmo assim, minha coloração mudou para roxo. Acho que sofri bastante nesse dia, pois não gosto do frio até hoje. 

Curitiba tinha aquelas casinhas de madeira, e foi numa delas que nasci e morei até os meus três anos de idade.  Minha mãe queria me dar o nome de Helena, mas nesse dia a primeira mulher paraquedista – a brasileira de origem italiana,  Ada Rogato – pulava de paraquedas no aeroporto do Bacacheri, bem ali pertinho de casa. Meu pai italiano e apaixonado por aviação, estava lá assistindo ao espetáculo enquanto a parteira me fazia nascer. Ficou tão entusiasmado com a ousadia daquela mulher que quando chegou em casa e se deparou comigo, me deu o seu nome. 

Penso que a coragem e ousadia que tenho foram herdadas desses nomes: O primeiro, Eliana, foi uma homenagem que meu pai fez a uma sobrinha de Veneza. Sua irmã Alice teve as gêmeas Nadia e Eliana, em 1949.  Nádia, morreu imediatamente e Eliana, sobreviveu até seus quatro anos de idade, e em 1953 faleceu com nefrose, doença incurável naqueles tempos. 

Foi assim que comecei minha vida, com a força dos nomes que me deram ... 

Ada Rogato

Em plena década de 30, a aviação engatinhava no mundo! No Brasil, uma jovem mulher pilotava avião, e saltava de paraquedas! Era Ada Rogato!  
Nascida em São Paulo em Dezembro de 1920, Ada Rogato foi uma pioneira da aviação brasileira. Em 1936 com apenas 15 anos de idade, Ada é a terceira brasileira a conseguir brevê. Também nesta época destacou-se por ser a primeira piloto de planador. Em 1941 é a primeira mulher a obter o certificado de paraquedista.

No início da década de 1940 é contratada pelo Instituto biológico e é convocada para ser piloto dos testes experimentais de aviação agrícola. Assim, conseguiu horas de vôo suficientes para ser a terceira pessoa a tirar brevê de piloto civil internacional pela FAI, com aviões das categorias A e B.

Em 1950 voou por 11.691 quilômetros durante 16 horas transpondo a Cordilheira dos Andes. Já em 1951 fez seu famoso vôo pelas três Américas, percorrendo 51.064 quilômetros em 326 horas. O ponto de partida foi a Terra do Fogo e o fim do trajeto no Alasca; entre esse dois pontos Ada visitou cerca de 28 países.

Além dos feitos citados, Ada continuou realizando atividades ligadas à aviação: superou recordes como percorrer grandes distâncias em tempos cada vez menores, atingir regiões de difícil acesso como o aeroporto da Bolívia ( o mais alto do mundo) e foi a primeira mulher a fazer um vôo solo pela Amazônia sem qualquer meio de comunicação. Antes de falecer em 1986, Ada fez parte da Fundação Santos Dumont passando pelos cargos de conselheira, secretária e presidente, e posteriormente assumindo o cargo de diretora do Museu da Aeronáutica da própria fundação.



Pinheiro do Paraná, ou Curi

Araucária ou pinheiro-brasileiro ou pinheiro-do-paraná é também chamada pelo nome de origem indígena, curi. Tornou-se, não por acaso, símbolo do estado do Paraná, e deu o nome a sua capital, Curitiba. Em tupi: curi = pinheiros e tyba = abundância. Curitiba quer dizer, portanto, abundância de pinheiros, pinhais. A origem dos pinheiros remonta há mais de 200 milhões de anos atrás!

A araucária, apesar de popular, não é conhecida completamente pela ciência. Diversos estudos vêm sendo feitos recentemente para entender melhor a  ecologia e biologia desta árvore.  Ela corre risco de extinção.

Pinhões: olha que espetáculo!

Nos meses de maio e junho, no tardar do outono do hemisfério sul, as pinhas estouram ao sol do meio-dia, possivelmente como reflexo da dilatação após a manhã fria. Com o estouro estes pinhões espalham-se num raio de aproximadamente cinqüenta metros a partir da planta mãe!  Mas, apesar de engenhosa, esta não é a principal forma de disseminação da planta.

O homem e os animais que se alimentam desse pinhão também atuam no transporte e disseminação das sementes. Os serelepes costumam armazenar os pinhões, enterrando grande quantidade de sementes no solo. Essas sementes acabam sendo esquecidas e assim geram novas árvores. Apesar da crença de que a gralha-azul dissemina o pinhão, na verdade são os pequenos roedores terrestres os principais vetores. Mais recentemente aviões fizeram essa disseminação pelas florestas.

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