7 de jan. de 2010

Ainda sobre a Baia de São Vicente

Baía de São Vicente vista do Grajahú
Ela resiste, apesar dos pesares
Agora real e ainda deslumbrante 
aos meus olhos que reluzem 
luz em água preta.
Lisa e viscosa 
estica-se até o asfalto 
e se espreguiça 
com jeito antigo, perene. 
Meus olhos ainda se perdem em ti, 
como antes, quando nem te conhecia 
                                      [quando esmeralda límpida] 
e se perderão no seu vir a ser
em marés com hora marcada 
e em correntezas que levam 
fantasmas de seus afogados. 
Lânguidos de calor e trêmulos 
feito a Bandeira do Brasil 
lá no alto do morro, 
meus olhos evaporam o verde hálito 
de suas escassas árvores ao amanhecer. 
A bandeira majestosa
dá ordens aos navegantes de outrora 
que cruzaram os mangues 
e aos poetas que se entregam a todo encanto 
                                              [e ao seu] mesmo rude.
Ignoro os gritos das suas calçadas calejadas. 
Diante de ti perco e recupero forças 
num ciclo. 
Pois que, tu vens resistindo em sua história 
com outras cores e peixes e eu, 
com novos risos e saudades.

(Ada 7/1/2010)

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