"Tudo lhe servia de partida. Um pássaro que voava, lhe lembrava terras desconhecidas, fazia respirar seu velho sonho de fuga. De pensamento a pensamento, inconscientemente dirigido para o mesmo fim, chegava à noção de sua covardia, revelada não só nesse constante desejo de fugir, de não se unir às coisas para não lutar por elas, como na incapacidade de realizá-lo, já que o concebia, espedaçando sem piedade o humilhante bom senso que lhe prendia o vôo. Esse dueto consigo mesma era o reflexo de sua essência, descobria, e por isso continuaria por toda a sua vida..."
(Obsessão, in A Bela e a Fera, Clarice Lispector)Ou
http://coisasdeada.blogspot.com/2010/01/enquanto-todos-partem.html
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