Jenny
tem uma fluidez de vida que brota naturalmente intenso dela. Com 84 anos, ela
acredita piamente no amor, e o amor faz sua ronda em torno dela. Impressiona
sua alegria de viver. Não se deixa abater, mesmo abalada pelas dificuldades que
a idade traz. Tem sua saúde delicada ultimamente. Probleminhas no coração,
diabetes, trombose, e mais recentemente embolia pulmonar. Está internada há duas
semanas e agora vai precisar ter oxigênio sempre à disposição, mesmo em casa, e tudo está sendo
feito para que ela tenha alta em breve. Mesmo assim, não reclamou-me uma vez sequer, não lamuria sua condição,
apenas aceita-a. Compreende, aceita e ri. Ela é muito risonha!
No
meio desse burburinho todo, surge uma casualidade interessante que me
emocionou sobremaneira. E a admiração que eu sentia por ela aumentou e a
amizade e o prazer de fazer feliz a amiga, me deu também uma alegria sem par. Pude
até traduzir melhor aquela filosofia popular que prega: o bem que se deseja ao outro, sempre volta para você.
Pois
bem, por causa das publicações nesse blog das cartas de Jenny, surgiu a oportunidade
dela rever um antigo namorado muito especial, o Sr Jair Cassiano, que menciona numa das cartas. (aqui) Nessa carta, que foi escrita há um ano e meio, ela menciona sentir saudades [dentre
tantas pessoas e fatos] desse namorado. Há poucos dias surge um comentário no
Blog, referindo-se a essa carta e quem comenta é prima do namorado em
questão. Além das alvíssaras sobre ele, informa seu telefone. A surpresa causou
um misto de expectativa, empolgação, mas também um pouco de desconfiança sobre
a veracidade. Afinal, sempre dizemos que o mundo é pequeno e cheio de surpresas
mas quando acontece, ficamos estupefatos. Como é que ela encontrou o blog, a
carta, e dentro da carta o nome de seu primo? Fui checar e confirmado: Jair fora
encontrado! Não pensei duas vezes e me virei em cupido.
Pois
o telefonema acontece entre Jenny e Jair e entre curiosos e saudosos, falaram-se
por hora, e recordaram-se, e amaram-se novamente [porque qualquer maneira de
amor vale a pena] e a grande notícia é que na segunda-feira ele virá visitá-la no hospital. Jenny
pediu batom e perfume. Quer arrumar o cabelo, quer um espelho. E alertou-o
[entristecida] de que envelheceu e ele não espere aquela boniteza de moça que ele namorou, como
se ele não estivesse envelhecido e o tempo tivesse parado. A felicidade que
senti na voz e o brilho nos olhos de Jenny [que não pude ver ainda] me confirma que isso é um
romance e não uma ficção! E que a vida prega dessas peças surpreendentes! E que mesmo no hospital, convalescendo-se, ela desperta para o amor e brota tanta esperança que fico até comovida em fazer parte desse episódio.
Preciso
fazer vários brindes, ao amor, à vida, aos reencontros, às casualidades
felizes, à amizade, à alegria, à saúde de Jenny. Viva Jenny! Viva Jair! Preciso
brindar também o dia dos namorados, que coincidentemente será no dia seguinte
ao grande encontro de Jota*Jota!
PS.: "Eu te amo" em Lituanio, terra de Jenny, é "Tave myliu"
(veja como se diz eu te amo, em todas as línguas aqui
(Ada 9/6/2012)
(pretendo
continuar...)
Todas
as cartas de Jenny, daqui
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