"Cá estamos!" Dizem elas, as flores-de-maio. Como todo
ano, no mês de maio, o relógio desperta, e apenas em poucos tique-taques de
dias, seus botões rebentam e explodem corderrosamente deslumbrantes, para quem
quiser admirar. Parece que se pode ver a olho nú o movimento da florada: o
botãozinho tenro engorda a ponta da folha achatada e solitária de um ano
inteiro só de esperar. Surgem em bandos, como que do infinito, e se revelam belos cisnes de asas abertas. Ensaiando vôos, alçarão a dança da horas que lhes restam. Numa revoada fugaz, o bando de cisnes coloridos tinge auras de alegria
para quem sabe ver. É preciso causar toda a emoção que puder, mesmo sem perfume [que
nem é preciso] para em seguida, fugir do inverno que se avizinha ameaçador. Entram pelo junho seco e então,
partem para as bandas de lá até o próximo outono... (Ada, 4/6/2012)
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