Minha mãe e eu: Nasci nessa casinha de madeira, no bairro Bacacheri, Curitiba - PR |
No dia 11 de julho em 1954 nasci sob uma baixa temperatura. A geada cobria as ruas do Bacacheri, em Curitiba, com cristais de gelo. O banho teve que ser sobre o fogão a lenha aceso e, mesmo assim, minha coloração mudou para roxo. Acho que sofri bastante nesse dia, pois não gosto do frio até hoje.
Curitiba tinha aquelas casinhas de madeira, e foi
numa delas que nasci e morei até os meus três anos de idade. Minha mãe queria me dar o nome de Helena, mas nesse
dia a primeira mulher paraquedista – a brasileira de origem italiana, Ada Rogato – pulava de
paraquedas no aeroporto do Bacacheri, bem ali pertinho de casa. Meu pai italiano e apaixonado por aviação, estava lá assistindo ao espetáculo enquanto a
parteira me fazia nascer. Ficou tão entusiasmado com a ousadia daquela mulher que quando chegou em casa e se deparou comigo, me deu o seu nome.
Penso que a coragem e
ousadia que tenho foram herdadas desses nomes: O primeiro, Eliana, foi uma homenagem
que meu pai fez a uma sobrinha de Veneza. Sua irmã Alice teve as gêmeas Nadia
e Eliana, em 1949. Nádia, morreu imediatamente e Eliana, sobreviveu até seus quatro anos de
idade, e em 1953 faleceu com nefrose, doença
incurável naqueles tempos.
Foi assim que comecei minha vida, com a força dos
nomes que me deram ...
Ada Rogato
Em plena década de 30, a aviação engatinhava no mundo! No Brasil, uma jovem mulher pilotava avião, e saltava de paraquedas! Era Ada Rogato!
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Nascida em São Paulo em
Dezembro de 1920, Ada Rogato foi uma pioneira da aviação brasileira. Em 1936
com apenas 15 anos de idade, Ada é a terceira brasileira a conseguir brevê.
Também nesta época destacou-se por ser a primeira piloto de planador. Em 1941 é
a primeira mulher a obter o certificado de paraquedista.
No início da década de 1940 é
contratada pelo Instituto biológico e é convocada para ser piloto dos testes
experimentais de aviação agrícola. Assim, conseguiu horas de vôo suficientes
para ser a terceira pessoa a tirar brevê de piloto civil internacional pela
FAI, com aviões das categorias A e B.
Em 1950 voou por 11.691
quilômetros durante 16 horas transpondo a Cordilheira dos Andes. Já em 1951 fez
seu famoso vôo pelas três Américas, percorrendo 51.064 quilômetros em 326
horas. O ponto de partida foi a Terra do Fogo e o fim do trajeto no Alasca;
entre esse dois pontos Ada visitou cerca de 28 países.
Além dos feitos citados, Ada
continuou realizando atividades ligadas à aviação: superou recordes como percorrer
grandes distâncias em tempos cada vez menores, atingir regiões de difícil
acesso como o aeroporto da Bolívia ( o mais alto do mundo) e foi a primeira
mulher a fazer um vôo solo pela Amazônia sem qualquer meio de comunicação.
Antes de falecer em 1986, Ada fez parte da Fundação Santos Dumont passando
pelos cargos de conselheira, secretária e presidente, e posteriormente
assumindo o cargo de diretora do Museu da Aeronáutica da própria fundação.
Pinheiro
do Paraná, ou Curi
Araucária
ou pinheiro-brasileiro ou pinheiro-do-paraná é também chamada pelo nome de
origem indígena, curi. Tornou-se, não por acaso, símbolo do estado do Paraná,
e deu o nome a sua capital, Curitiba. Em tupi: curi = pinheiros e tyba = abundância.
Curitiba quer dizer, portanto, abundância de pinheiros, pinhais. A
origem dos pinheiros remonta há mais de 200 milhões de anos atrás!
A araucária,
apesar de popular, não é conhecida completamente pela ciência. Diversos estudos
vêm sendo feitos recentemente para entender melhor a ecologia e biologia desta
árvore. Ela corre risco de extinção.
Pinhões:
olha que espetáculo!
Nos
meses de maio e junho, no tardar do outono do hemisfério sul, as
pinhas estouram ao sol do meio-dia, possivelmente como reflexo da
dilatação após a manhã fria. Com o estouro estes pinhões espalham-se num
raio de aproximadamente cinqüenta metros a partir da planta mãe! Mas, apesar de engenhosa, esta não é a
principal forma de disseminação da planta.
O
homem e os animais que se alimentam desse pinhão também atuam no transporte e
disseminação das sementes. Os serelepes costumam
armazenar os pinhões, enterrando grande quantidade de sementes no solo. Essas
sementes acabam sendo esquecidas e assim geram novas árvores. Apesar
da crença de que a gralha-azul dissemina o pinhão, na verdade
são os pequenos roedores terrestres os principais vetores. Mais recentemente
aviões fizeram essa disseminação pelas florestas.
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